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5 tendências para inspirar donos de startups em 2015

5 tendências para você decidir para onde levar o seu negócio em 2015
Escrito por Fernando de la Riva, especialista em negócios digitais

A partir dos aprendizados dos últimos casos de sucesso, tanto no Brasil quanto no exterior, bem como algumas referências do período pós-startup enxuta, chegamos à conclusão de que para se dar bem em 2015 é preciso parar de focar em disrupção. As inovações de ganho operacional em mercados existentes levou o Retorno Sobre Capital Investido (ROIC) médio nos EUA para apenas 25% do que era em 1965, de acordo com Steve Denning.

Para criar um negócio de sucesso, você precisa criar um monopólio temporário que, de acordo com Peter Thiel, no seu livro “de 0 a 1”, acontece quando você cria um mercado novo. E para conseguir isso, o melhor é parar de pensar em empreender, investir em tecnologia e buscar tendências sobre como as pessoas pensam, se comportam e compram. Com isso, seguem algumas megatendências que podem te ajudar a pensar no seu negócio este ano:

1. Transição de hierarquias burocráticas para redes integradas baseadas em tecnologia
Uma das melhores referências de 2014, se não a melhor, foi o vídeo de Fred Wilson, investidor da Union Square Ventures, um dos investidores de Twitter, Tumblr, Foursquare, Zinga, entre outros. Segundo ele, uma das megatendências que vivemos atualmente é a transformação de hierarquias burocráticas em redes tecnologicamente integradas.

Por exemplo: jornais impressos, cujas notícias eram hierarquizadas por editores e repórteres, agora foram substituídas pelo Twitter, rede em que você consegue informações rápidas e em tempo real. Outro exemplo é o Youtube, que desbancou o modelo hierárquico de divulgação de vídeos por estúdios, assim como o Soundcloud substituiu o papel de grandes gravadoras. A tendência começou em entretenimento, mas já afetou hotéis (AirBnB), financiamento (Kickstarter) e ensino (Duolingo), entre outros setores.

2. Desacoplamento e separação (unbundling)
Se antes para se especializar em determinada área você precisava fazer uma universidade, hoje você pode comprar os cursos que te interessam, via Coursera, por exemplo. A ideia é que existem grupos de “coisas” ou “serviços” que podem ser desagrupados de acordo com o interesse de quem vai comprar.

Música é outro exemplo: se antes você precisava comprar um CD, hoje você pode comprar uma música no iTunes ou baixar em mp3. Ou seja, você pode desacoplar serviços e produtos de um grupo maior e vender, observando a demanda e o interesse do seu público.

3. Todos nós estamos conectados o tempo todo
Fred Wilson dá um exemplo bem claro: se você fosse forçado a escolher entre seu laptop e seu smartphone, a maioria das pessoas escolheria o smartphone. A única coisa que você não consegue fazer via smartphone hoje é escrever um livro ou programar softwares.

Hoje, o mundo tem uma rede de pessoas conectadas e isso muda tudo: afeta mercados como o de transporte (Uber, EasyTaxi), pagamentos (Square, Apple Pay) e até o de namoro (Tinder). Outro ponto que temos que observar é que o próximo bilhão de pessoas que vão acessar a internet pela primeira vez vai fazer isso via smartphone e talvez nunca tenham um PC.

4. Oportunidades geradas pelo atual cenário de estagflação
“Abrasileirando” um pouco as tendências mundiais, os empreendedoresbrasileiros devem considerar que o cenário econômico vai criar algumas possibilidades de negócio. Os protestos de junho/2013 e a Primavera Árabe mostraram que a população jovem da classe média brasileira não está disposta a perder suas conquistas consideradas inatas.

Ela está acostumada a ter iPhone, viajar para o exterior e ter um personal trainer, por exemplo. Nos próximos anos, esses serviços e “direitos adquiridos” estarão ameaçados. Neste sentido, qualquer coisa que permita “salvar” a classe média e reverter esse cenário com aumento de eficiência e melhoria da relação das pessoas com esses serviços, ou seja, que permita que elas consigam ter os mesmos benefícios com o mesmo efeito e menos dinheiro.

5. Investir em mercados fragmentados
Outra megatendência brasileira é praticamente o oposto do desacoplamento citado por Wilson, mas em outro nível de abstração. O Hotel Urbano, por exemplo, conectou um mercado totalmente fragmentado, de hotéis, e ofereceu um serviço completo com eficiência. O Enjoei, por sua vez, pegou o mercado de vendedores individuais e juntou em um lugar só. A questão aqui não é criar um marketplace, mas buscar os mercados fragmentados certos. A visão do todo é bastante importante e faz a diferença.

Para os empreendedores seriais de tecnologia brasileiros “que já viram a morte de perto”, que já quebraram ou tiveram grandes dificuldades, a questão é entender que o movimento de startup enxuta propôs um darwinismo empreendedor que ajuda a aumentar sua chance de sucesso por meio de empirismo e iterações rápidas, mas não substitui a necessidade de escolher com sabedoria qual mercado entrar.

As críticas atuais são que estratégia é tática e não substitui a busca por oportunidades grandes de inovações em geração de mercado. Para complicar, a reflexão sobre o recente ciclo de venture capital no Brasil leva à necessidade de entender bem o paradoxo que a oferta de financiamento aqui é muito menor e que o modelo de crescimento rápido sem preocupação com monetização ou busca de break even rápido é um jogo para poucos.

Fernando de La Riva é diretor-executivo da Concrete Solutions, consultoria global de TI.

Gestão de metas: Como implementar a metodologia OKR para Startups?

Nós temos um objetivo com este artigo, caro leitor: fazer com que você entenda a metodologia de OKR (Objectives and Key Results) e que isso te ajude a aplicá-la em sua organização. Faremos isso através de um texto de até 800 palavras, utilizando uma linguagem informal e direta ao ponto, trazendo exemplos para ilustrar o que queremos transmitir. Simples assim.

Acredite ou não, acabamos de definir um OKR. Incrível, não? Eles devem ser sempre assim, simples o suficiente para que você os entenda e se sinta entusiasmado a alcançá-los. Agora que temos nosso objetivo estabelecido, vamos ao que interessa. Quais são os passos para a implementação de um sistema eficaz de OKRs?

1. Entender que OKRs são parte da cultura da Empresa.

Uma cultura de OKR se estabelece quando há um interesse real de uma empresa em estabelecer um processo estruturado para o alcance das metas. Imaginamos que ao ler a palavra “cultura”, alguns pensamentos negativos do tipo “minha empresa não está preparada para isso” ou “não sei por onde começar” possam ter vindo à sua mente. Não se preocupe se isso aconteceu, o Google também passou pela mesma situação no início. Inclusive, essa metodologia foi implementada quando o Google ainda não era o “Google”. Apenas um grupo de profissionais no primeiro ano de nascimento da empresa, mostrando que é possível sim que qualquer empreendimento possa estruturar seus OKRs, independente de seu tamanho.

2. Entender que OKRs ajudam a classificar o que é prioridade.

OKRs nada mais são do que um conjunto de objetivos inter-relacionados que, alcançados de forma individual ou coletiva, vão contribuir para os objetivos macro de uma organização. Dessa forma, eles são vitais para que o profissional entenda o seu escopo de trabalho e saiba onde direcionar seus esforços e onde não gastar energia. Podemos afirmar sem medo de errar que uma gestão objetiva de OKRs eleva a produtividade e reduz de forma grandiosa o tão temido stress no ambiente de trabalho. Além disso, ao produzir mais, a auto estima do funcionário aumenta, reduzindo problemas relacionados à saúde e falta de motivação. Ou seja, todos ganham.

3. Entender que OKRs são mensuráveis e devem ser simples.

Parece óbvio, mas não é. OKRs devem ser bem objetivos e existe uma regra de ouro para criá-los: (a) todos devem, obrigatoriamente, conter números. (b) todos devem ser mutualmente acordados entre gestor e profissional. (c) cada pessoa deve possuir, no máximo, 5 objetivos macro com 4 resultados chave para cada objetivo macro. (d) ao menos 60% dos objetivos devem ser definidos bottom up, ou seja, pelo próprio profissional que trabalhará neles (falaremos disso no próximo item).

4. Entender que OKRs seguem duas vias: Top Down e Bottom up.

Isso é muito importante e gostaríamos de enfatizar. O modelo tradicional de formação de objetivos é feito exclusivamente de cima pra baixo, muitas vezes acordados em reuniões de diretoria, sem envolvimento de todo o grupo de funcionários. Nós trabalhamos com uma proposta diferente: 40% são OKRs definidos por nossos Vice Presidentes e Diretores, que nos passam a direção, enquanto 60% são OKRs definidos por cada indivíduo na empresa, que define como será o caminho. Para exemplificar, seria como o presidente de um clube de futebol definisse em seu OKR a meta de “ser campeão brasileiro de futebol da série A”, e o técnico desse clube, ao receber 40% desse OKR (a direção é ser campeão), define os 60% faltantes que devem ser feitos para isso acontecer: “importar táticas consagradas da Europa, contratar jogadores de peso, etc.”. Como você pode ver, o presidente não deve pensar em detalhes de como o clube será campeão, mas ele deve garantir que há alguém pensando no que deve ser feito para que isso aconteça. O mesmo raciocínio serve para qualquer organização. Além disso, se você planeja elevar o engajamento dos profissionais de sua organização, experimente envolvê-los no processo de elaboração de objetivos e se surpreenda com os resultados.

5. Entender que OKRs são públicos para toda a empresa e promovem o engajamento de todos.

A ideia de gerenciar OKRs não públicos soa tão ineficaz quanto ler um livro no escuro. Manter a cultura de OKRs viva é uma tarefa de todos, e internamente todos os Googlers (termo utilizado a quem trabalha no Google) registram seus OKRs trimestrais em nossa intranet, tornando-os acessíveis a qualquer interessado. Ao fazer isso cria-se um sentimento de engajamento ao perceber que todos os objetivos estão relacionados tanto verticalmente quanto horizontalmente, dando-nos a percepção de que caminhamos todos no sentido certo, como um grande time.